A Dengue continua a ser uma preocupação de saúde pública, como evidenciado pelos dados alarmantes da semana epidemiológica 1-5 de 2024. Com uma taxa de incidência de 201,1 casos por 100 mil habitantes, totalizando 408.351 casos suspeitos e 4.587 casos graves, juntamente com 62 óbitos confirmados em todo o país, a situação é crítica.
Goiás declarou estado de emergência de saúde, com a Secretaria de Saúde relatando 22.275 casos e 2 óbitos. Este número representa um aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2023.
O manejo inadequado da doença, falta de investigação dos sinais de gravidade, falta de classificação adequada, hidratação insuficiente, além da falta de frequência de exames, são fatores que contribuem para o aumento da mortalidade.
Os sintomas característicos incluem febre alta, cefaleia, mialgia, artralgia, dor retroorbitária, exantema maculopapular, anorexia, náuseas e vômitos, e diarreia.
Os profissionais da saúde devem estar atentos a sinais como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, hipotensão postural, hepatomegalia dolorosa, sangramento de mucosas, sonolência, diminuição da diurese, hipotermia, aumento repentino do hematócrito, queda de plaquetas e desconforto respiratório.
A classificação de risco divide os pacientes em grupos A, B, C e D, determinando o nível de cuidado necessário.
- Grupo A: Dengue Clássica - Ambulatorial
- Grupo B: Com comorbidades, risco social, sangramento de pele (petéquias) - Ambulatorial com reavaliação diária
- Grupo C: 1 sinal de alarme com ou sem hemorragia - Internação Hospitalar (mínimo 48h)
- Grupo D: Sinais de choque - UTI
A hidratação adequada é essencial. A hidratação oral deve ser realizada com uma combinação de soro de reidratação e outros líquidos, enquanto a hidratação venosa deve seguir protocolos específicos.
Agradeço a todos os profissionais que trabalham incansavelmente para proteger nossa população, especialmente neste período pós-COVID. É crucial reconhecer que, embora o governo desempenhe um papel importante, somos nós, profissionais da saúde e a comunidade, que combatemos ativamente a Dengue. Devemos manter nossos esforços de conscientização e controle, incluindo a limpeza de nossos espaços, pois a prevenção é a melhor arma contra essa doença devastadora.
Devemos estar atentos aos sinais de alarme e garantir que nossos pacientes recebam a atenção e o cuidado necessários, mesmo diante de desafios como a falta de adesão ao tratamento por parte de certos grupos populacionais. Juntos, podemos enfrentar essa crise de saúde e proteger nossas comunidades.
Lembre-se sempre: a prevenção é a melhor forma de combate à Dengue. Limpemos nossos quintais e unamos esforços para enfrentar essa doença de forma eficaz e salvar vidas.
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